No encerramento das comemorações dos 125 anos do Jornal de Notícias, em Braga, o secretário de estado da solidariedade e da segurança social (SESSS), Marco António Costa, referiu a Economia Social (ES) como um setor em expansão, criador de emprego e de ator fundamental no combate à pobreza e exclusão social.
Afirmou o SESSS que o setor responde por 5,4% da criação de emprego em Portugal, mais do que o setor têxtil e o dobro do setor financeiro, e por isso “merce o dobro do respeito”.
Para Marco António Costa, a ES tem recebido uma especial atenção e apoio deste governo. Vários têm sido os contratos estabelecidos com a Santa Casa da Misericórdia, associações, IPSS e mutualidades.
O secretário de estado referiu, ainda, que o Estado gastaria o dobro na prestação direta dos mesmos serviços sociais que contratualiza com o setor da ES.
http://www.jn.pt/multimedia/video.aspx?content_id=3076692
Consideramos importante esta intervenção . No entanto, gostaríamos de partilhar as seguintes questões e pedir-vos contribuições para este interessante debate.
– Está este setor confortável em ser um amortecedor social da Economia Capitalista, trabalhando dentro deste sistema, ou pode a ES constituir-se como alternativa a este modelo socioeconómico?
– Está a ES a contribuir para a desresponsabilização do Estado na resolução de problemas de exclusão e pobreza, ao aceitar este papel de parceiro?
– Está este governo a utilizar este setor da ES para prosseguir políticas de emagrecimento das funções do Estado, privatizando os efeitos da crise?
– Ao investir metade do que o Estado necessitaria, os programas sociais podem tornar-se em serviços “pobres” para os mais pobres? Como se obtem uma resposta de qualidade?
– Sendo o setor da ES um setor financeiramente frágil, e por isso muito dependente dos contratos estabelecidos com o Estado, como poderá este setor ganhar outra autonomia?
Quer a ES ser parte deste modelo, ou tem algo mais a propor?
Aguardo os vossos comentários.