Encontro Mundial de Movimentos Populares

By | March 6, 2015

No passado mês de outubro, o Papa Francisco dirigiu-se aos membros participantes no Encontro Mundial de Movimentos Populares.

O seu discurso toca temas como o direito à Terra, à Casa, ao Trabalho, à Paz e à Ecologia e ancora-se na Doutrina Social da Igreja.

Salientamos alguns excertos que evidenciam os temas referidos e que enaltece a importância da participação cívica:

«Não se pode enfrentar o escândalo da pobreza promovendo estratégias de contenção que só tranquilizam e transformam os pobres em seres domesticados e inofensivos. Como é triste ver que, por detrás de presumíveis obras altruístas, o outro é reduzido à passividade, é negado ou, ainda pior, escondem-se negócios e ambições pessoais: Jesus defini-los-ia hipócritas. Mas como é agradável quando se vêem em movimento povos e sobretudo os seus membros mais pobres e os jovens. Então sim, sente-se o vento de promessa que reacende a esperança num mundo melhor. Que este vento se transforme em furacão de esperança. Eis o meu desejo.

Este nosso encontro responde a um anseio muito concreto, a algo que qualquer pai, qualquer mãe, quer para os próprios filhos; um anseio que deveria estar ao alcance de todos, mas que hoje vemos com tristeza cada vez mais distante da maioria das pessoas: terra, casa e trabalho. É estranho, mas se falo disto para alguns o Papa é comunista. Não se compreende que o amor pelos pobres está no centro do Evangelho. Terra, casa e trabalho, aquilo pelo que lutais, são direitos sagrados. Exigi-lo não é estranho, é a doutrina social da Igreja. Medito sobre cada um deles, porque os escolhestes como palavra de ordem para este encontro.»

(…)

«Os movimentos populares expressam a necessidade urgente de revitalizar as nossas democracias, tantas vezes desviadas por inúmeros factores. É impossível imaginar um futuro para a sociedade sem a participação como protagonistas das grandes maiorias e este protagonismo transcende os procedimentos lógicos da democracia formal. A perspectiva de um mundo de paz e de justiça duradouras pede que superemos o assistencialismo paternalista, exige que criemos novas formas de participação que incluam os movimentos populares e animem as estruturas de governo locais, nacionais e internacionais com aquela torrente de energia moral que nasce da integração dos excluídos na construção do destino comum. E assim com ânimo construtivo, sem ressentimento, com amor.»

Para ler o discurso na íntegra, em português, visite o seguinte link:

http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2014/october/documents/papa-francesco_20141028_incontro-mondiale-movimenti-popolari.html