Movimento Economia Solidária Porto

By | March 13, 2015

No próximo dia 22 de março decorre, na Quinta Pedagógica do Mitra, no Porto, Campanhã, a III Feira EcoSol. O evento é dinamizado pelo Movimento Economia Solidária Porto, que apresentamos em seguida.


Segundo o seu próprio site – http://ecosol.portolivre.net/ – o EcoSol Porto é «um grupo de pessoas que se juntou para reflectir e PRATICAR a ECONOMIA SOLIDÁRIA. Partimos da vivência deste conceito no seio do grupo, partilhando saberes, experiências, bens e serviços e esperamos em pouco tempo  CONTAGIAR a cidade. Funcionámos como um grupo ABERTO, inclusivo e cooperativo e estamos organizados de forma horizontal. Apoiámos e encorajámos a iniciativa individual ou colectiva que contribua para o DESENVOLVIMENTO de pessoas e redes mais resilientes, responsáveis e sustentáveis. CRESCEMOS e APRENDEMOS em conjunto!»

Apresentam ainda o seu conceito de Economia Solidária:

«O trabalho comunitário, a entreajuda, a troca, o mutualismo, a dádiva, a solidariedade e a reciprocidade são práticas ancestrais que serviam para mediar as relações económicas e sociais entre indivíduos, e enraizar práticas culturais, cimentando a coesão social. A revolução industrial alterou as relações de trabalho, deslocalizou a mão-de-obra do campo para a indústria e incentivou uma migração massiva dos meios rurais, associados a valores mais comunitaristas, para os meios urbanos, onde reinam valores mais individualistas. Mais recentemente, têm sido desenvolvidas várias iniciativas que, principalmente em contexto urbano, pretendem resgatar e reinventar alguns valores de índole coletivista e comunitarista, e de construir alternativas socioeconómicas justas, democráticas e sustentáveis. A economia solidária surge assim como um modo de produção, distribuição e consumo alternativo ao proposto pelo neoliberalismo, fundamentalmente, por considerar não apenas a dimensão financeira mas também as dimensões social, ambiental, cultural e psicológica. Baseia-se em princípios como a cooperação (em alternativa às relações de competição), gestão democrática ou autogestão, participação direta (ou representativa), transparência e descentralização das relações de consumo e das relações de poder. Neste contexto, a solidariedade não deve ser confundida com caridade ou assistencialismo, apresenta um potencial emancipatório ao capacitar e incentivar as pessoas e as comunidades a assumirem um maior controlo sobre os seus próprios destinos económicos, a tornarem-se economicamente mais autossuficientes e a viver de formas ambientalmente sustentáveis. Manifesta-se através de diversas atividades como cooperativas de consumo, mercados/feiras de trocas, consumo de proximidade, clubes de troca, uso de moedas sociais, o comércio justo, etc., que são sempre desenhadas e adaptadas aos espaços-tempo em que decorrem e às comunidades de onde derivam. No design de propostas de economia solidária enfatizam-se o pensamento crítico e criativo e utilizam-se metodologias que pretendem garantir a participação e a transparência nos processos comunicacionais e decisionais. Frequentemente os valores subjacentes às atividades/processos propostas transcendem o espaço-tempo onde decorrem as iniciativas e são transferidos para os estilos de vida individuais e para as práticas comunitárias locais. Interessa por último sublinhar que, apesar de a Economia Solidária se configurar como uma filosofia de resiliência face a cenários de exclusão socioeconómica, é acima de tudo uma forma de estar e uma filosofia de vida.»